quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Carta ao Pai Natal

Durante estes dias vemos o reboliço nas ruas e nas escolas pela época festiva que se aproxima: O Natal está aí!

São as compras, as festas de Natal e as famosas cartas ao pai natal.

Bem, também eu fui “mordido por este bichinho”! Decidi escrever uma carta ao Pai Natal com os meus desejos.

Olá Pai Natal!

Este ano tenho um pedido diferente de outros anos. Bem sei que a última vez que lhe escrevi tinha eu 8 anos e apenas me limitava a brincar. Pensando melhor...Que aperto me dá…Brincar…muitas crianças nem isto podem fazer nos dias que correm. Os tempos realmente mudaram.

Primeiro que tudo quero trabalhar…trabalhar como estou a fazer neste momento, com meninos que me enchem de orgulho dia após dia. Quero que me deixem ser Professor!

Não é minha intenção ter alunos “perfeitos”, até porque ninguém é perfeito…Parece uma frase feita mas é a mais pura das realidades. Todos nós temos necessidades/dificuldades, o importante é olhar para as capacidades individuais e respeitá-las para um correcto desenvolvimento.

“Apenas” quero ter alunos para trabalhar.

Alunos que quero Ensinar! Afinal de contas é esta a missão de todos os professores.

O contacto diário com “os meus meninos” faz-me bem, faz-me crescer enquanto profissional, enquanto educador/professor, apesar de todas as barreiras/obstáculos que vou encontrando pelo caminho.

Gostaria ainda de pedir que “melgasse” a cabeça aos PAIS de todo o Mundo. Porquê? Neste momento deve estar a interrogar-se porque motivo peço isto. Porque o Envolvimento Parental é fundamental e acima de tudo porque é urgente que a Família volte a ser a peça primordial da instituição de educação. Sim, porque a escola é um dos locais privilegiados onde as crianças e os jovens constroem o seu quadro de valores morais e intelectuais que marcará para sempre as suas vidas e comportamento social, mas não se pode responsabilizar apenas a escola por um papel, a Educação, que é principalmente da família.

A família já não pede apenas que a escola ensine/instrua as crianças, exige que as “guarde” durante os largos períodos de tempo em que os pais vão trabalhar. Desde dos infantários/creches até ao fim do 1º CEB que estas instituições parecem “albergues diurnos para crianças”.

Para finalizar gostava de lhe pedir que a escola pudesse voltar a “ensinar” porque, em grande parte, passou a ser convocada para educar. E porque não ensina, não cativa, não desafia para a aprendizagem e compreensão.

Obrigado por me voltar a "aturar" Pai Natal.

E desculpe se também eu deixei de acreditar nos meus sonhos, nos meus desejos.

PS: Bom Natal para todos, são os desejos sinceros deste professor "sonhador"

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