terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Escrita finta deficiência

De acordo com uma notícia publicada do Jornal de Notícias, Adriana Ferreira, uma menina com 16 anos, de raízes humildes, consegue ultrapassar as dificuldades advindas da paralisia cerebral, através da sua escrita.

Adriana escreveu duas peças de teatro para a escolar, vários poemas e participou em concursos. Após a estreia nos livros com o conto infantil "O Dálmata Sem Pintas", que tem apresentado pelas escolas do Minho, prepara já a autobiografia, que deve chamar-se "Uma Estrela Especial Chamada Adriana".

A jovem autora editou o seu primeiro livro aos 15 anos de idade, com o intuito de promover a inclusão, incentivando as pessoas com deficiência, e de ajudar a sua família.

O seu primeiro livro conta a história de um cão rejeitado pelo irmão, que quer sair de casa por recusar viver com o dálmata sem pintas. Foi co-escrito com a docente de ensino especial Eugénia Carvalho, do Agrupamento Braga Oeste, ilustrado pela educadora Anabela Marta e com grafismo da docente de TIC Hélia Lima. A primeira edição de autor de mil unidades foi paga com receitas de uma festa dos escuteiros de Martim, terra da autora. Face à procura foi lançada a segunda edição da obra, que culmina três anos do projecto Superar Barreiras. Aí, os estudantes abordaram por exemplo as barreiras humanas e arquitectónicas, enviando até a lista de falhas à DREN, Câmara e Estradas de Portugal, que agiram de imediato. Percebeu-se ainda que a mochila no chão prejudica o colega invisual, o surdo tem de pedir no bar por escrito ou, na biblioteca, a falta de volumes em Braille e prateleiras altas atrapalham invisuais e deficientes motores.

Em entrevista dada ao Jornal de Notícias, Adriana Ferreira disse: "Não me imaginava como escritora, foi de repente, na escola apoiaram-me muito. Oxalá o livro sirva de exemplo aos que têm dificuldades idênticas às minhas, pois quando era pequena a aceitação social foi bastante difícil”.

"A comunidade sensibilizou-se e a Adriana, antes incomodadíssima com a diferença, viu que a cadeira de rodas é um detalhe; tem forte auto-estima, talento, boas ideias e desbravou mentalidades e barreiras, sobretudo sociais", anuiu Eugénia Carvalho. "Estou orgulhosa, nunca pensei que a minha filha fosse tão longe", reagiu Esmeralda Cardoso.


Sem comentários:

Enviar um comentário