quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Grávidas que usem telemóveis correm o risco de ter crianças mal comportadas

As grávidas que utilizam regularmente o telemóvel correm um risco acrescido de terem crianças com problemas comportamentais, sobretudo se estas também usarem o telemóvel precocemente. A conclusão é de um estudo dinamarquês, que incluiu cerca de 100 mil mulheres grávidas, entre 1996 e 2002, e cobriu mais de 28 mil crianças que atingiram a idade de sete anos em Dezembro de 2008.

Os investigadores concluíram que as crianças expostas ao telemóvel antes e depois do nascimento tinham um risco de apresentarem problemas de comportamento 50% superior aos das crianças não expostas. Para as crianças expostas unicamente antes do nascimento, o risco aumentava em 40%.

Para validar os seus resultados, os investigadores consideraram outros factores possíveis de influência, como o tempo passado pela mãe com o filho. "Mesmo que seja prematuro interpretar estes resultados como tendo um laço de causalidade, receamos que a exposição precoce aos telemóveis possa comportar um risco que, se se comprovar, seria um problema de saúde pública, dada a utilização generalizada desta tecnologia", sintetizam os autores.

Esta investigação segue-se a um primeiro estudo que incidiu sobre cerca de 13 mil crianças - que faziam sete anos em Novembro de 2006 - e que já tinha apurado uma ligação entre exposição pré-natal e perturbações do comportamento.

Os novos dados, publicados pela revista Journal of Epidemiology and Community Health, mostram que mais de um terço das crianças (35%) utilizam um telemóvel, contra 30% no primeiro estudo.

Concluiu-se também que 17% tinham sido expostas aos telemóveis antes e depois do nascimento, contra 10% no primeiro estudo.

Pelo contrário, 53% das crianças do primeiro estudo e 39% do segundo não tinham sido expostas, nem antes nem depois do nascimento.

As categorias de exposição foram definidas segundo vários critérios: número de chamadas diárias, localização do aparelho quando não estava a ser utilizado (em saco ou bolso de vestuário) e utilização de auricular.

Nos dois estudos verificou-se que cerca de três por cento das crianças foram consideradas como tendo um comportamento anormal e outras tantas apresentavam um risco de comportamento anormal.
In: JN online

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