segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O que é a psicoterapia infantil?

Trata-se de um ramo da psicologia que tem por objectivo facilitar o bom desenvolvimento psíquico da criança. Colocado assim dá a sensação de que as crianças têm grandes problemas. E podem ter, de facto. Não é porque são pequenas que devemos menosprezar o seu sofrimento psíquico porque ele existe e impede-as de viver uma vida saudável e feliz.

Ao longo do seu percurso de vida muitos podem ser os factores desencadeantes de uma crise na criança: a morte ou doença de algum membro da família, a separação dos pais, o nascimento de um irmão, problemas na escola e muitos outros.

Existem problemas que são mais facilmente identificáveis pelos pais, como a criança irrequieta e que os leva a pensar numa possível hiperactividade, que na maior parte dos casos acaba por não se verificar. Mas há muitas outras que passam despercebidas porque é criança e, como tal há uma certa resistência a aceitar que possa ter problemas psicológicos.

Não é verdade. A criança deprime, é infeliz só que o manifesta de forma diferente do adulto, fazendo-o muitas vezes através de uma “surpreendente” agressividade, de medos, do “fazer xixi na cama”, do querer ir para a cama dos pais.

A terapia infantil serve para isso mesmo, descobrir o que está mal e ajudar a criança a lidar com os seus sentimentos. Para isso, porque a criança não é capaz de analisar os seus problemas, tem o psicólogo de recorrer a instrumentos com que ela se identifica, nomeadamente o jogo, o brincar, o desenho.

A família, a escola, a vida social da criança, e mesmo do adolescente, exigem-lhes por vezes mais do que são naquele momento capazes de dar e, por isso, surgem os problemas. Também não é fácil para os pais lidar e, em especial, admitir que o seu filho possa estar com problemas e sentem-se muitas vezes impotentes para lidar com ele.

Afinal são pais, são adultos, deviam conseguir estar lá para ajudar os seus filhos. Só que nem sempre é fácil e, por vezes, há que admitir essa impotência e pedir ajuda. Isto é talvez o mais difícil e o mais importante. Depois deixe-se guiar pelo terapeuta.

Por: Zélia Parijs, psicóloga

In: JN online

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