segunda-feira, 19 de março de 2012

Cientistas revertem autismo severo em ratos

Cientistas da Escola de Medicina da Universidade da Virginia (EUA) conseguiram reverter, em ratos, os sintomas de um dos tipos mais severos de autismo: a síndrome de Rett. O tratamento, divulgado este mês no site da revista Nature, baseia-se em transplantes da medula óssea e no reforço do sistema nervoso dos doentes.

O Síndrome de Rett resulta de uma anomalia no gene mecp2 que causa desordens de ordem neurológica que eliminam as capacidades motoras e intelectuais dos doentes, atingindo sobretudo crianças do sexo feminino. Os doentes do sexo masculino costumam falecer com apenas alguns meses de idade. As pacientes do sexo feminino sobrevivem até à idade adulta mas necessitam de vigilância 24 horas por dia. 

Até agora não havia qualquer tipo de tratamento ou medicação para este tipo de autismo, mas a descoberta destes cientistas traz nova esperança para as famílias destes doentes.

Os investigadores da Virgínia desconfiavam que as células micróglias – responsáveis pela defesa do sistema nervoso – apresentavam uma deficiência nos indivíduos portadores da doença. Examinando a função das células micróglias, o investigador Jonathan Kipnis desenvolveu uma nova forma de combater esta devastadora síndrome neurológica.

Para testarem a teoria, Kipnis e a sua equipa trataram ratos portadores da síndroma de Rett com uma radiação que matou as suas células micróglias doentes, efetuando depois um transplante de células de medúla óssea para dar origem a novas células micróglias reforçando assim o sistema nervoso e imunitário dos alvos.

Os ratos submetidos ao tratamento começaram a respirar melhor, adquiriram uma maior mobilidade e aumentaram a sua massa corporal. O tratamento funcionou tanto em ratos do sexo feminino como em ratos do sexo masculino embora os resultados tenham sido mais evidentes nas fêmeas.

"Se conseguirmos provar que o sistema imunitário desempenha um papel fundamental nos doentes com Rett e se conseguirmos substutilo de forma segura podemos vir a desenvolver terapias bem-sucedidas no futuro", disse Jonathan Kipnis, o investigador principal, à revista Nature.com.

Clique AQUI para aceder a um comunicado do Rett Syndrome Research Trust (em português).

Clique no link abaixo para ver uma entrevista aos investigadores (em inglês)


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