quinta-feira, 14 de março de 2013

A ESCOLA VELHA E A ESCOLA NOVA. Outro diálogo improvável

Um dia destes, o Professor Velho, o que está na biblioteca e fala com os livros, sentou-se um pouco num dos bancos do átrio da escola a ver passar o mundo, quando se abeirou dele o Hugo, um gaiato bom aluno e visita assídua da biblioteca da escola.

Olá Velho, estás a descansar?

Não Hugo, quer dizer, também estou a descansar mas sentei-me aqui a apanhar uns minutos de Sol. Tudo bem contigo?

Fixe. Olha lá. Tu já foste professor muitos anos. A escola antigamente era melhor do que é hoje?

Era diferente, não dá para comparar, mas eu prefiro a escola hoje, um dia podemos conversar sobre isso.

E era mais difícil do que agora?

É como te digo, não se pode comparar, tudo era diferente. Tal como hoje, havia coisas mais difíceis de aprender e outras mais fáceis.

Os alunos das escolas antigas sabiam mais do que nós sabemos hoje.

Perguntas difíceis as tuas. Os alunos nas escolas de há mais tempo procuravam saber o que lhes ensinavam e também aprendam muito fora da escola. Hoje é a mesma coisa. A grande diferença é que agora muito facilmente se consegue ter informação sobre tudo o que nos interessa. Na verdade, é muito difícil medir quantas coisas sabemos. Hoje e em qualquer altura, alguns de vocês sabem muito de muitas coisas, outros muito de outras coisas, outros sabem menos mas de muitas coisas, acho difícil dizer quem é que sabe mais. Sabem coisas diferentes.

Velho, os alunos trabalhavam mais nas escolas antigas do que agora a gente trabalha?

Não Hugo, não acho que antigamente os alunos trabalhassem mais. Os alunos que queriam aprender e fazer o trabalho bem feito trabalhavam, é verdade. No entanto, acho que agora, os alunos que querem aprender e fazer as coisas bem feitas têm mais trabalho.

Professor Velho, estou preocupado contigo, deves andar a ler coisas esquisitas, ninguém diz essas coisas que tu dizes.

Texto de Zé Morgado

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