sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Por que a sociedade ainda se mostra indiferente à aceitação das diferenças?

O pensador russo Vygotsky afirmou em seus trabalhos publicados que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em consequência da interação social e condição de vida. Se levarmos em conta esse pensamento é fácil concordar que a criança precisa estar exposta em um ambiente favorável ao aprendizado e ao desenvolvimento do intelecto.

Por que um direito natural, inerente à condição do aprendizado, ainda não encontra o espaço suficiente no contexto atual? 

A luta pelos direitos dos alunos de necessidades educativas especiais (NEE) assume a importância de buscar o que a lei naturalmente devia garantir. Ninguém pode tirar o direito à educação e à convivência, e a escola certamente assume uma grande parcela do aprendizado e da prática da socialização de cada indivíduo dentro deste parâmetro. 

As diferenças de cor, sexo, idade, junto com as diferenças de aptidões e capacidades físicas e intelectuais existentes quando trabalhadas no grupo é que a criança vai construir sua identidade e aceitar com mais naturalidade as diferenças.

É na troca de repertórios que a criança encontra a possibilidade de aprender no dia a dia real, e não daquilo que é dito para ela como verdade. A interação com outros estudantes, o reconhecimento de outras realidades, as comparações e as vivências a partir de um núcleo comum é que vai ser responsável pelo maior alcance do conhecimento.

É esse direito que nenhuma criança pode deixar de tê-lo. Quando há a luta pela inclusão educacional nas escolas, é para afirmar que os alunos que necessitam educação especial devem ser positivamente inseridos no contexto de vivência real, ou seja, o ambiente da escola deve representar, com a maior fidelidade possível, a diversidade dos indivíduos que compõem a sociedade.

Oferecer o que há para esse estudantes o mesmo que é oferecido para os ditos “normais”, como curso de inglês, atividades esportivas, atividades de leitura, iniciação musical, entre outras atividades que aumentam o desenvolvimento do aluno e sua percepção do mundo. Sendo assim, ter um futuro palpável e ter possibilidades claras de cursar uma faculdade em um curso que possa aproveitar suas aptidões.

Não há como negar a importância dessa tarefa de inclusão, o isolacionismo não tem aqui nenhuma dado satisfatório, ao contrário, somente de exclusão. A dificuldade gerada pela falta de estrutura e de simplesmente a não aceitação por parte de escola, gera diretamente a situação de constragimento para uma criança que não tem a possibilidade de estar em uma escola com alunos de sua idade, para usufuir da socialização adequada ao seu grau escolar.

O incetivo dos governos locais no ensino que abra as portas para os inúmeros alunos que se encaixam nesse quadro, certamente serve para evitar que o desenvolvimento dessas crianças fique estacionado, sem um direcionamento correto, com profissionais preparados em um ambiente adequado.

Os manifestos e as organizações de pais e profissionais que lutam por essa questão é um ponto de exclamação em uma realidade que precisa sofrer mudanças e assegurar o direito ao ser humano.

Nota: O texto foi colocado na íntegra como enviado pela autora.

Por: Roberta Leite

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