quinta-feira, 5 de março de 2015

COMO VAI A "EDUCAÇÃO INCLUSIVA"?


Será divulgado amanhã pela Direcção-Geral da Educação um estudo encomendado ao Centro de Reabilitação Profissional de Gaia, "“Avaliação das Políticas Públicas – Inclusão de Alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE): O Caso dos Centros de Recursos para a Inclusão”.

Segundo o Observador, “Os recursos humanos, físicos e financeiros afetos ao modelo de educação inclusiva não serão completamente adequados, afetando a ação dos CRI e dos próprios agrupamentos de escolas e escolas, bem como o desenvolvimento e aprendizagens dos alunos com necessidades educativas especiais”, embora alunos, encarregados de educação, professores das escolas de ensino regular e técnicos dos Centros de Recursos para a Inclusão expressem uma avaliação “bastante positiva” do modelo atual de educação inclusiva para os alunos com necessidades educativas especiais apesar das dificuldades enunciadas relativamente a recursos e ao número de alunos apoiados.

Depois de conhecer o Relatório voltarei ao assunto mas, sem exprimir nenhuma reserva face a metodologias, não conheço, e isenção, julgo que o estudo deveria ser realizado por entidades externas ao universo em estudo. O MEC ensinou-nos a ser cautelosos, por assim dizer.

Da síntese do estudo divulgada pelo Observador não releva uma apreciação aos efeitos negativos do modelo estruturado, o fornecimento de serviços educativos em "out sourcing", apenas se questiona a falta de recursos e meios, nada que todos nós não conheçamos em diferentes áreas do funcionamento das comunidades.

Por outro lado, devo também afirmar que a experiência, o conhecimento e os relatos que se ouvem de professores, técnicos e pais sobre o que vai acontecendo em muitas comunidades educativas não são muito compatíveis com uma avaliação "bastante positiva" do que vai acontecendo sob o manto de "educação inclusiva". Não esquecemos, evidentemente, as muitas experiências positivas que também se conhecem. Vamos ver o que o estudo nos diz.

Nesta matéria a questão é, do meu ponto de vista, de outra natureza, tem a ver com o próprio modelo, com o entendimento do que é educação inclusiva e a visão política que informa todo este universo e que parecem merecer a mais séria reflexão, diria recusa. como é o caso mais particular do que se passa ao abrigo da Portaria Portaria n.º 275-A/2012 que regula a presença (ou a exclusão) de um grupo significativo de alunos com necessidades educativas especiais nas escolas secundárias em consequência da extensão da escolaridade obrigatória.

Vou tentar conhecer o estudo e voltarei a esta questão que creio ser de extrema e óbvia importância.

Texto de Zé Morgado

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