segunda-feira, 8 de junho de 2015

Comentário à entrevista da Linha da Frente (RTP1): "Cérebro Meu"

Pensei várias vezes antes de escrever o que quer que fosse sobre o tema...Tenho andado demasiado triste e zangado com a ligeireza com que tudo é abordado. 

Em minha opinião esta foi uma boa reportagem, já li em alguns sítios que deviam ter abordado outros pontos de vista, ou abordado outras pessoas...sim, pode ser, mas do meu ponto de vista fez um bom apanhado sobre o que se passa realmente!!!

No último seminário onde estive a falar sobre PHDA alertei para muitos dos aspetos abordados nesta reportagem, muita gente tem alertado para este aumento de medicação, mas...continuam a insistir em não querer ouvir.

Na realidade existem diagnósticos mal feitos, por culpa de quem?!? bem, não me cabe a mim dizer mas é claro para quem quer ver... 

Mas como em tudo...Bons e maus profissionais existem em todo o lado!!!

A bibliografia diz que estes devem ser feitos em equipa e são raras as vezes em que isso acontece. Na maioria das vezes passam uma escala, faz-se o gráfico e está feito o diagnóstico! Isto acontece e ninguém fala!

De uma vez por todas, a medicação não é o único recurso/estratégia a utilizar...pelo contrário...Primeiro devem ser utilizadas outras no dia a dia com a criança/jovem, com a família, com os professores, com os pares e depois há casos que sim, justifica-se medicação.

1 comentário:

  1. O programa na minha opinião apenas criou mais dúvidas, o único caso de sucesso, da Joana Figueiredo Gonçalves acabou mesclado com o trafico de metilfenidato pelos universitários, mas a caso do Duarte durou todo o programa. Foi um programa mal conseguido. A medicação não é a única ferramenta, mas é a melhor a curto prazo e mesmo para as terapias as crianças devem estar medicadas. Não percebo o medo que os terapeutas têm da medicação, se funcionar ficam sem trabalho?! São meios complementares que se entre-ajudam. Quanto á realização de exames é um verdadeiro disparate (mas como damos dinheiro às farmacêuticas, vamos dar também aos laboratórios). Falo da PHDA em 1ª mão, sei o que é, o que sentimos, o que vivemos, as dificuldades que temos. Fui criança PHDA sem medicação, mas em outros tempos (com chinelos e cintos), aprendi a me adaptar às minha falhas, que a culpa era minha... hoje tenho um diagnóstico, um comprimido e descobri que a culpa não era só minha. Estou um bocadinho farta de ouvir quem não passa por elas, quem não faz a menor ideia do que é ser PHDA deitar regras e julgamentos boca fora. Sim os técnicos podem ajudar (aprenderam nos livros), aconselhar, mas sou eu quem sabe o que é e o que preciso (aprendi no dia-a-dia).

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